Intervenção militar no Rio: ninguém diz nada

O Rio está sob intervenção militar. Neste momento, e pelo terceiro dia consecutivo, sete favelas estão cercadas e ocupadas por 1.200 soldados do Exército. O Comando Militar do Leste anunciou que outros 1.600 homens serão trazidos de Goiás e do Distrito Federal.

Nas favelas ocupadas, o Exército decretou uma espécie informal de toque de recolher. A situação não se diferencia muito do estado de sítio. O motivo da ação é a busca de dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel do Exército na semana passada.

A classe média carioca deve estar festejando. A mídia, que reproduz o sentimento desta mesma classe média, não chega a tanto, mas silencia.

Não se vê nos jornais dos últimos três dias nenhuma manifestação de estranheza sobre uma ação militar unilateral, sem consulta ao governo do estado e sem troca de informações com a secretaria de segurança. Os colunistas tampouco têm coragem de assumir com franqueza que estão gostando da intervenção militar em bairros da cidade.