quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Minc é humilhado em entrevista

O jornal de hoje revoga o jornal de ontem.

Quando comecei na profissão, há longos 35 anos, lá pelo pós-guerra, ouvi muito esta frase de meus primeiros chefes. Aprendi, desde cedo, a conviver com o cinismo, até absorvê-lo e reproduzí-lo como temperamento pessoal.

Ontem, aqui no blog, tomei partido de Carlos Minc no desentendimento público que ele acabou tendo com o presidente do Incra, em função da denúncia de que seis assentamentos de reforma agrária são os maiores desmatadores da Amazônia.

As edições de hoje dos mesmos jornais mostram que foi uma precipitação, defeito do qual um verdadeiro cínico já devia ter se libertado.

Carlos Minc veio a público, ontem, em humilhante entrevista coletiva acompanhado do presidente do Incra e do ministro da Reforma Agrária, para se desmentir. O ministro disse que mandou divulgar sem ter lido a lista dos cem maiores desmatadores.

Covardemente, atribui todas as eventuais informações incorretas da lista ao Ibama.

Ao lado, o ministro da Reforma Agrária, Guilherme Cassel, ainda tripudiou o verde de colete:

"É um conjunto de informações imprecisas que criou muita confusão. Foi um episódio lamentável, de desinformação, que criou embaraço para todo mundo".

Minc ficou quieto.

Na entrevista, foi possível descobrir que a lista divulgada por Minc está pronta há exatos sete meses. Sete meses e era mantida em sigilo pelo governo! Como se explica isto?

Quanto à poltronice de Carlos Minc, não é exclusividade de ministros. Conheci pelo menos uma dúzia de chefes que, cobrados por qualquer falha, imediatamente culpavam um subordinado. Assumiam o crédito pelo que dava certo, transferiam culpas pelo que saía errado. Imagino que ainda existam chefes assim pelas redações. Não deve ser uma raça em extinção.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é, meu caro. Aqui na república das Bananas, quem tem um olho é caolho,quem mama nas tetas da viúva não quer largá-las...

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