O Jornal Nacional registrou em janeiro e fevereiro deste ano a menor audiência de sua história. Entre os dois primeiros meses do ano 2000 e os dois primeiros meses de 2009, o maior telejornal do país perdeu 28% de seus telespectadores.
É muito, mas não é motivo para crise na TV Globo: desde 2000, o tamanho da audiência do JN deixou de ser a maior preocupação da emissora. Foi assim nos anos 90, mas na virada da década o telejornal adotou novo enfoque e nova "paginação", abdicando da ênfase obsessiva com o "trilho", que impunha audiência entre 42% e 46%. Passou a ser um resumo do noticiário factual do dia, editado em formato equivalente ao dos jornais impressos.
Não é uma escolha atraente, mas é uma opção pelo jornalismo tradicional. Os efeitos sobre a audiência, a médio e longo prazo, eram inevitáveis.
O telejornal assumiu uma pose de seriedade, os âncoras passaram a ocupar na tela mais tempo que os repórteres, recheou-se o primeiro bloco com os crimes do dia, reestebelecendo o princípio, quase sempre equivocado, segundo o qual assunto popular é assunto policial. E a audiência caiu.
A Globo não pode alegar que não sabia disso.
Sabia e decidiu conscientemente fazer assim. Por isso não há crise.
2 comentários:
O JN virou um porta-voz descarado do Lulismo. Tudo é edulcorado e cheio de esperança na voz do canastrão do Bonner. (Pior do que o JN, só mesmo a cafonice do "Fantástico" e sua obsessão pela [farsa do] "aquecimento global" e outras palhaçadas politicamente corretas.)
Caro Marona,
O que é esse "trilho" característica do JN na década de 90? Vc acha que o jornal mudou pra pior de lá pra cá?
Att,
João Alfredo Santos
Jornalista - PI
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