Meu comentário de 9 e 30 na Mundial AM1180:
A leitura das primeiras páginas e das páginas internas dos jornais desta segunda-feira me faz perguntar:
Em quantos países nós vivemos?
A primeira impressão que se tem é que vivemos num país em que as leis não pegam. Às vezes, a gente desconfia que nem as leis da física pegariam, se não fossem tão rígidas e imutáveis. Uma piadinha que já ouvi é que se a lei da gravidade fosse descoberta por um brasileiro nós estariamos até agora flutuando, sem conseguir botar os pés no chão.
Pois bem.
Os jornais do Rio mostram hoje, principalmente o Globo, que a maioria dos cariocas que saiu para bares e restaurantes no fim de semana não esteve nem aí para a lei que proíbe motoristas de ingerir qualquer quantidade de bebida alcóolica, sob pena de prisão, multa, recolhimento da carteira e do carro.
Ninguém, absolutamente ninguém foi flagrado dirigindo depois de beber no Rio de Janeiro. Não se viu nas ruas um único guardinha com bafômetro na mão.
O único consolo foi o Globo encontrar algumas poucas pessoas que decidiram cumprir a nova lei por conta própria, mesmo sem ameaça de punição. Famílias e grupos de amigos que escolheram alguém na mesa para abster-se de álcool e levar todos para casa depois da noitada.
Pois vejam agora a diferença, na manchete do jornal gaúcho Zero Hora desta segunda-feira:
“Tolerância zero ao álcool começa com a prisão de 45 motoristas no estado”.
Metade pagou fiança e responderá processo em liberdade. A outra metade ficou em cana mesmo.
Por que num lugar do Brasil uma lei é cumprida e no outro é totalmente ignorada? Isto nem os jornais conseguem explicar.
O que os jonais tentam explicar, aqui no Rio, é uma outra situação curiosa. O presidente Lula terá pelo menos quatro candidatos a prefeito na capital. São ligados a Lula os candidatos Eduardo Paes (do PMDB), Alessandro Molon (do PT), Marcelo Crivella (do PRB) e Jandira Feghalli (do PcdoB). Esses quatro partidos formam a base de apoio do governo Lula. O único que não está ligado ao presidente é Fernando Gabeira (do PV).
O Dia chama atenção para esta situação insólita, na sua manchete de hoje.
Situação complicada é a do técnico da seleção brasileira. Caiu em desgraça com a torcida e com a imprensa. Quando a torcida fica contra, não chega a ser o fim do mundo. Os técnicos anteriores, mesmo os que acabaram sendo campeões mundiais, também foram vaiados.
Mas quando a imprensa toma partido contra o técnico, aí é difícil ficar de pé. O caderno de esportes do Globo de hoje publica uma foto de corpo inteiro de Dunga de frente e com os pés voltados para dentro, numa posição ridícula. E compara com uma foto histórica de Jânio Quadros mais ou menos na mesma posição, feita em 61, por Erno Schneider, pouco antes de sua renúncia à presidência da República.
É para dizer que, assim como Jânio naquela época, Dunga está sem rumo. Ninguém dura muito no cargo com tanta pressão.
Principalmente quando o maior adversário na imprensa é a TV Globo, que ficou contra Dunga porque ele revogou os privilégios que a emissora tinha em relação à concorrência, na cobertura da seleção brasileira.
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