segunda-feira, 17 de abril de 2006

Richtofen: leitor contestra o blog e o blog se defende

Marcus cavalcanti, que me deu a honra de sua leitura, contesta os questionamentos que fiz ao Fantástico sobre o caso Richtofen. Eis o que ele diz:

"Por que? Por que? Por que?...O que você faria, caro Marona, se fosse o editor chefe do Fantástico? Acho também facílimo criticar depois de uma repercussão. Difícil é decidir, como jornalista, o que fazer diante destas situações. Mas acho que o pior mesmo seria omitir todos os fatos. Que a criminosa deu uma entrevista e que está tentando se defender, a qualquer custo, da acusação do evidente crime.
Seg Abr 17, 10:50:36 AM 2006"


Eis a minha resposta:

Meu caro marcus:

Eu não pautaria uma entrevista com a Suzane Richtofen, a não ser que pudesse apresentar contrapontos e opiniões divergentes às dela.

Eu não faria com ela um acordo para exibir apenas o que ela quisesse e bem entendesse, sem contestação.

Se fosse derrotado nessas duas premissas - até porque na Globo as decisões nunca são individuais - eu seria contra a exibição da entrevista, depois do vazamento das orientações dos advogados.

Mesmo porque, em tese, sou contra o uso de informações obtidas com microcâmeras e microfones escondidos (acidentalmente ou não), exceto em casos especialissimos - e este não me parece ter sido.

Finalmente, é claro que é muito difícil decidir diante das situações de fato, assim como é mais fácil criticar depois. Mas eu me considero no direito de criticar porque abri um blog pra isso - analisar a imprensa - e porque nunca neguei que tenha cometido todos os erros possíveis e imagináveis quando estive com o poder de decidir.

Já errei e acertei muito, o que me torna um crítico menos suspeito, quase sempre.

Seg Abr 17, 11:19:11 AM 2006

3 comentários:

Anônimo disse...

Isso mesmo Marona, como diz o Luiz Cláudio Cunha, não temos compromisso com o erro,muito pelo contrário.Abs,

CFagundes disse...

Também concordo. Mas quais são esses casos especialissimos? Até porque "especial" pra jornalista é relativo, né? Se for pra filmar um hospital aos pedaços, uma feira do pó, derrubar um presidente...

Marcus Cavalcante disse...

Agradeço a atenção, Marona. E concordo com a maioria das suas posições. Sou contra câmera escondida. Só não deixaria de pautar uma entrevista com a Richtofen. Como jornalistas sabemos que muidas das grandes matérias surgiram quase do nada. Claro que não foi o caso e provavelmente se não houvesse o fato novo do vazamento do áudio a entrevista nem teria sido aproveitada. Sabemos, eu e você, dos critérios da Globo. Um grande abraço.

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