sábado, 26 de abril de 2008

E eu nem gosto do Ballack

Não conheço comentarista de futebol na televisão que admita ter errado em alguma avaliação. É difícil, imagino, porque esses caras se consideram gênios e, provavelmente, não entendem porque são os técnicos, esses idiotas, e não eles que estão na beira do gramado durante os jogos. Os piores são aqueles cuja relação com uma bola de futebol é completamente desconhecida. Os que têm cara de ficavam por último depois do par-ou-ímpar para escolher os times, nas peladas da escola.

Paulo Vinícius Coelho, da ESPN, pode até me desmentir nesta impressão e provar que é ou foi bom de bola. Não tem cara. O que ele não vai conseguir é me explicar porque, como muitos de seus colegas, carrega para as transmissões tantas implicâncias e preconceitos, além, é claro, daquelas impressionantes demonstrações de que tem num laptop toda e qualquer estatística irrelevante sobre os times e os jogadores que estão em campo.

Na transmissão do belo jogo entre Chelsea e Manchester United hoje de manhã, Paulo Vinícius me informou, mais de uma vez, que o árbitro que estava em campo tem média de 3,1 cartões amarelos por jogo, além de outras relevâncias das quais não lembro mais. Mas também disse, mais de uma vez, que Ballack era uma nulidade, certamente o pior jogador do Chelsea, talvez o pior em campo.

Ele fazia tal afirmação enquanto Ballack, diante de mim e de muitos que assistiam à partida, praticamente não errava um passe, fazia rápidas ligações entre a defesa e o ataque do Chelsea e, acreditem, marcou os dois gols da vitória do seu time sobre o favorito Manchester.

De lambuja, como se dizia antigamente, ainda tive que ouvir o comentarista atacar o brasileiro Anderson, apenas porque ele cometeu um erro de passe num contra-ataque do Manchester: "Comete erros que não pode cometer".

Como assim? Erros como considerar o melhor jogador em campo uma nulidade?

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