terça-feira, 24 de junho de 2008

300 merece refilmagem no centro do Rio

Comentário das 9 e 30 na Rádio Mundial AAM1180:

Vocês lembram do filme 300? É aquele filme meio esquisito, quase gay, sobre a guerra entre persas e espartanos. Rodrigo Santoro, com sunguinha e paetês, é o afetadíssimo rei Xerxes. O filme conta como apenas 300 espartanos conseguiram bloquear a passagem de milhares de persas por um desfiladeiro, a partir do qual eles pretendiam conquistar toda a Grécia.

Ontem, o filme tornou-se real aqui no centro do Rio, na avenida Rio Branco. 300 funcionários civis do Ministério da Defesa ocuparam uma das pistas da avenida e paralisaram a cidade. Milhares de motoristas mofaram num engarrafamento que, do Centro, se estendeu à Zona Norte e à Zona Sul.

O comandante do 13º Batalhão da PM, tenente-coronel Antônio Henrique Oliveira, disse que não foi avisado da manifestação. E se queixa:

“Semana passada tivemos passeatas todos os dias no Centro, de manhã ou à tarde. Esta é a terceira passeata dos servidores civis do Ministério da Defesa”.

Qualquer grupelho de funcionários públicos se acha no direito de ocupar ruas do Centro e parar a cidade. Prestem atenção: são quase sempre funcionários públicos, que podem fazer e acontecer sem correr risco de perder o emprego.

Estes protestos martirizam gente que não tem nada a ver com as dificuldades enfrentadas pelos manifestantes. Eles não fazem greve porque, em muitos casos, sabem que ninguém vai dar bola para isso. E concluem que a melhor maneira de brigar contra os seus patrões é infernizar a vida dos outros.

Ontem, um advogado que mora na Barra contou que levou entre sua casa e o Centro o mesmo tempo que demorou para trafegar entre a Avenida Chile e a Cinelândia.

Nada disso está nas capas dos jornais de hoje porque, como dizia aquela música, o mal da gente não sai no jornal.

Mas a manchete mais curiosa desta terça-feira está no Extra:

“Fim da picada: Exército escolta carrinho de mão”.

A manchete é ilustrada por uma foto muito engraçada: um operário empurra um carrinho de mão cheio de areia, no Morro da Providência, cercado por quatro soldados do Exército vestidos com fardas de camuflagem e armados de fuzis. Parece cena de comédia.

O comando militar do leste faria bem em retirar logo esses homens de lá. Está ficando chato para a imagem do Exército.

A manchete do Globo de hoje trata exatamente daquilo que comentamos ontem aqui, ao vivo, no site da Mundial (www.mundial.am.br) e no meu blog.

“País já prende por lei seca e Rio anda nem fiscaliza”.

Nós chamamos atenção, ontem, para este contraste dentro de um mesmo país. Num lugar, a lei sendo aplicada; no outro, totalmente ignorada.

Daqui a pouco voltamos. Até às 11 e 30.

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