Lula deve acordar tenso só de pensar no que estará publicando a página 3 do Globo de cada dia. Não só por medo de deparar-se com nova denúncia de dossiê ou coisa que o valha. Ele já deve ter percebido que, desde que foi cogitado para ser ministro do meio ambiente, é nesta página, a mais nobre do jornal, que Carlos Minc desfia bravatas, exageros e inconveniências. Minc é uma espécie de arrendatário da página 3.
Hoje ele utiliza a sua página para manifestar a arrogância dos vitoriosos.
Celebra, carregado de soberba, o fato de Blairo Maggi não ter convencido os demais governadores da Amazônia, numa reunião em Belém, a rejeitar a ameaça do governo de negar financiamento público a produtores responsáveis por desmatamento ilegal. Sorridente dentro do seu coletinho, Minc afirma:
"Maggi foi derrotado. Ou eu o isolava ou não começava a ser ministro. Acabava."
Quem sabe foi mesmo uma vitória importante. Mas quem garante que foi definitiva? E que tipo de formação política encoraja um ministro a reagir desta forma a uma vitória, mesmo sabendo que está diante de uma guerra prolongada?
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