sexta-feira, 27 de junho de 2008

Como a Folha reagirá à venda do Estadão?

Não há blog sobre jornalismo que não esteja dando como certo, há algum tempo, a compra do Estadão pelas Organizações Globo. Não tenho qualquer informação confiável - aliás, não trabalho com informação confiável, já que só leio jornais, sites e blogs - que me permita acreditar que isto seja mais do que um boato.

Enquanto escrevo este post, é possível que a redação do vetusto jornal paulistano já esteja sendo ocupada pela rapaziada do Globo ou seus representantes.

Eis as informações que circulam como fato consumado:

+ cada Mesquita ganhará R$ 90 milhões (só? eles não valem mais do que isto?)

+ não haverá passivo trabalhista

+ 30 dos jornalistas mais antigos estão sendo convidados a pedir demissão, para limpar o terreno para os novos editores, e receberão em troca compensações nas aposentadorias.

+ o Jornal da Tarde vai fechar, para não concorrer com o Diário de São Paulo, dos mesmos donos.

Não faz diferença considerar esta notícia boa ou ruim. Talvez seja inevitável, resultado de uma tendência de concentração de poder na imprensa, que se tornou cara demais para ser tocada por grupos mal administrados ou limitados a poucas mídias. Pelo menos no segundo aspecto, é o caso do Estadão.

Do Ponto de vista profissional ou de mercado de trabalho, não é necessariamente uma má notícia – e aqui me refiro especificamente ao Estadão. O jornal pode ser modernizado, ampliado em seu poder de enfrentamento da Folha. Uma guerra direta com a Folha no terreno dela pode ser bom para o jornalismo e os jornalistas. Não posso dizer o mesmo, claro, em relação ao Jornal da Tarde, que deve ter uma redação pequena, eventualmente aproveitável no próprio Estado. Tomara.

Finalmente (finalmente não é bem o caso, porque este assunto vai longe), me preocupa saber como reagirá o Grupo Folha. Sei que a Folha cultiva projeto estratégico de entrar no Rio de Janeiro, para confrontar diretamente seu principal adversário – O Globo -, mas sei também que vinha adiando tal iniciativa, justamente para não cutucar a onça com vara excessivamente curta.

E agora que a onça atacou?

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