domingo, 15 de junho de 2008

Exército de Crivella acusado de morte

Está muito mal contado este conflito entre o Exército e moradores do Morro da Providência, aqui no Rio.

Os jornais relatam que a tropa do Exército que ocupa a favela deteve três jovens, que desapareceram depois de terem sido levados para o quartel do Santo Cristo. Revoltados, moradores protestaram queimando um ônibus com os passageiros dentro e depredando outros nove coletivos.

Só com a intervenção da Polícia Militar os passageiros que estavam dentro do ônibus incendiado foram resgatados e a situação se acalmou.

Uma nota oficial do Exército afirma que, depois de detidos por desacato, os três rapazes foram soltos.

Onde estão eles, então? Foram entregues a quem? Como ficou oficializada a custódia deles pelo Exército?

O conflito demonstra como as Forças Armadas estão mesmo despreparadas para agir em conflitos urbanos. Pelo menos no Brasil, já que no Haiti parece que está tudo bem.

O maior absurdo desta situação é o motivo da presença do Exército no Morro da Providência: dar segurança a obras de pintura de casas promovidas pelo dublê de senador e bispo Marcelo Crivella.

É surpreendente esta utilização política das Forças Armadas. Tão zeloso em negar apoio ao governador Sérgio Cabral, quando este pediu ajuda no combate ao tráfico, o comando do Exército não se incomoda de ajudar o Ministério das Cidades a angariar votos para Crivella?

Do outro lado do conflito, também há muito o que esclarecer. Se o sumiço de três jovens, ainda que inocentes, justifica que se queime um ônibus fechado cheio de passageiros, por certo estamos muito distantes de uma revolta de mães desesperadas. Foi ação de bandidos e assassinos.

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