sexta-feira, 20 de junho de 2008

Jornal que não surpreende, morre

- Ih! Chegou o editor metido a diagramador.

Ouvi muito esta alfinetada quando era subeditor de política do Globo e chegava ao mesão dos diagramadores, ainda na época em que o jornal tinha suas páginas desenhadas em papel. Acreditem, não existia edição eletrônica naquela época e os computadores, verdadeiras carroças, serviam apenas para escrever.


Nunca me incomodei com a ironia porque concordava. Gostava muito de diagramação e, mesmo sem dominar a técnica, admirava o trabalho daqueles que, de uns tempos para cá, passaram a ser chamados de designers, merecidamente.


Desde então - e estamos falando da primeira metade dos anos 80 - consolidei a opinião de que um jornal começa e termina pelo conteúdo, mas não pode deixar de passar pelo design. Um jornal bem desenhado atrai leitores, chama atenção nas bancas, surpreende. E eis aqui uma palavra fundamental para o sucesso de uma publicação: surpresa.



Jornal que chega todos os dias às bancas ou a casa dos assinantes com a mesma cara, como se fosse o de ontem, se não ftivesse textos e as fotos diferentes, é jornal preguiçoso, medroso e, a longo prazo, desnecessário. Editor que se preze, e editor-chefe mais ainda, precisa ter coragem de surpreender o leitor com uma primeira página diferente, bonita, elegante. Em uma palavra, surpreendente.


Tentei adotar este critério no Globo, respeitadas as limitações dos seus projetos gráficos (convivi com pelo menos três). Fiz isto no JB, na medida do possível. E todos os dias, quando visito um site que publica as capas de jornais do mundo inteiro, paro fascinado diante de capas bem desenhadas.


Eis, nos posts abaixo, algumas delas. Não exigem explicação nem tradução. São, simplesmente, incomuns e, por isto, elogiáveis. Clique em cada uma delas para ampliar.

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