sexta-feira, 6 de junho de 2008

Passeio pelas capas na Mundial AM1180

O caso Varig ganha força nos jornais, embora entre os grandes apenas o Globo e o Estadão tenham dado manchete para o assunto.

O Globo, pelo visto, entrou definitivamente no caso, que vinha ignorando nos primeiros dias. Me refiro aqui ao destaque da notícia na primeira página porque é claro que, nas páginas internas, todos os jornais do país estão abordando o assunto.

A manchete do Globo de hoje é:

“Documentos comprovam que venda da Varig atropelou a Anac”.

Estes documentos mostram que num determinado dia um parecer da Anac dizia que a Varig não podia ser vendida para um grupo estrangeiro, porque isto contraria a lei do Brasil. E que sete dias depois o parecer mudou, e passou a autorizar a venda para um fundo americano.

O Globo publica na primeira página uma foto da ministra Dilma Roussef abatida, aparentemente desanimada. Ela é a principal acusada de ter pressionado a Anac a permitir a venda da Varig.
O Estadão, autor do furo sobre a Anac, tem a seguinte manchete:

“Dilma impediu contestação da Infraero no caso da Varig”.

Aqui, aparece outro personagem, o brigadeiro que comandava a Infraero e que contestou, na época, a venda da empresa áerea brasileira para um grupo americano. Segundo o Estadão, a ministra Dilma mandou ele calar a boca e não se meter no assunto.

Por enquanto, a situação da ministra parece difícil. Eu digo por enquanto porque os jornais ainda não passaram a ouvir com atenção os acusados nesta história. Como, aliás, já deviam estar fazendo. Por enquanto, estão naquela fase que a gente conhece: quem acusa, aparece bem nas páginas; quem defende, fica lá no pé das matérias.

A FOLHA continua se fazendo de desentendida, pelo menos na capa, onde põe o caso da Varig lá embaixo, escondido.


Embora interesse muito mais ao Rio, há um outro assunto que mereceu destaque nos jornais de hoje. A reviravolta na disputa eleitoral para a prefeitura da capital.

O governador Sergio Cabral mudou de novo de candidato. Ele chegou a lançar Eduardo Paes, no ano passado e, numa virada de mesa surpreendente, passou a apoiar o petista Alessandro Molon, há dois meses. Ontem, o PMDB do governador brigou como PT do Rio, rompeu com Molon e o governador voltou a dar apoio a Eduardo Paes.

Mas não dá pra dizer que esta é a última surpresa que Sérgio Cabral nos reserva para a eleição.

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