(E aqui abro um parênteses: por que os jornais ainda não entrevistaram, mesmo que em off, os taxistas que fazem ponto na frente da Baronetti e que assistiram a toda a briga que resultou na morte de Daniel Duque? Será que eles não têm nada para contar além do que informa a polícia e do que declaram a família e os amigos da vítima, de um lado, e a família Velasco, de outro?)
Retomo: O Globo de hoje adota como manchete da página sobre o caso da Baronetti a afirmação:
"Liberdade polêmica"
Tenho certeza de que é mesmo, mas o jornal não parece acreditar na sua manchete. Além do padrasto de Daniel, que considera a decisão da Justiça um absurdo, não há mais ninguém na matéria do Globo que faça qualquer restrição ao privilégio do PM de responder ao processo em liberdade por ser primário, ter residência fixa e bons antecedentes.
O advogado da família da vítima considera a soltura do PM "coerente e tecnicamente correta".
O promotor não critica.
A criminalista que O Globo procurou, conselheira da OAB, afirma: "O juiz não deve mantê-lo preso se ele não planeja fugir ou não ameaça testemunhas".
Onde está, então, a polêmica?
Alguém poderia dizer que não há garantia de que o policial não pretenda ameaçar as testemunhas. Não seria primeira vez que a polícia faria isto, quando acusada. Quanto a ser primário, ter residência fixa e bons antecedentes, as mesmas qualidades se aplicam a Daniel Dantas e até mesmo àquele austríaco que manteve a filha em cativeiro por quase 20 anos, dentro de sua própria residência fixa.
Se era para botar uma polêmica no título, o jornal tinha que ter encontrado alguma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário