Existe limite para a covardia?
Marta Suplicy responde com sua penúltima jogada esperta de campanha.
Se somos capazes de cometer uma pequena covardia - por meio de um silêncio, de uma omissão, do roubo de uma idéia, da manipulação de uma informação para obter vantagem insignificante - podemos perpetrar uma memorável mentira, daquelas que serão lembradas para sempre.
Quando determinou ou permitiu que o seu programa eleitoral gratuito na TV levantasse dúvidas sobre a opção sexual do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, mesmo alguns de seus aliados - como os militantes petistas do movimento gay - censuraram Marta em nome de sua "trajetória". Sim, eles entendem que Marta tem uma trajetória.
O que este blog lembra de Marta é que ela fez sucesso num programa chamado TV Mulher, do século passado. Era sexóloga, seja lá o que isto signifique. Era liberal em relação a comportamento sexual. Defendia o direito de escolha de cada um.
Hoje ela aposta que a insinuação de que seu adversário é gay pode lhe render alguns votos. Talvez possa, o que é pior. Eu não conheço a cabeça do paulistano do subúrbio, eleitor típico de Marta, mas não duvido que seja dominada por conceitos conservadores. Ela pensa assim, ao difamar Kassab.
A agressão da candidata, no entanto, choca menos do que a sua explicação, publicada hoje nos jornais. É de uma canalhice tão deslavada que provoca engulhos em estômagos mais sensíveis:
"A condução da campanha na TV é do marqueteiro. Ele é quem faz, isso não compete a mim. A decisão está na mão do marqueteiro. Eu nem ouvi. As pessoas é que me contaram."
Nenhum comentário:
Postar um comentário