Um psicopata estava solto e ninguém percebeu. Um homicida em potencial agredia a namorada, que começou a molestar quando tinha apenas 12 anos, e ninguém tomou uma atitude. Nem os pais da menina, nem os parentes do maluco, nem vizinhos... ninguém fez nada.
E eis que o matador decide seqüestrar a namorada, que tentou romper com ele. A partir daí, a omissão que o protegia se transforma em criminosa e obscena exibição de sua "corajosa" façanha pelos programas vespertinos das emissoras de tevê.
Ate então protegido por parentes e amigos, Lindemberg passou a ser exaltado por esta matilha de apresentadores e repórteres picaretas que, aos gritos, apontam o dedo para um monitor e proclamam: eis a miséria humana em primeira mão e ao vivo!
Um mané tem sua vida escarfunchada pelos datenas da vida e assiste ao vivo, orgulhoso, à grande ameaça que é capaz de representar. Sente-se, enfim, um vencedor.
Acrescente-se à promiscuidade do jornalismo vespertino das tevês uma boa dose de imbecilidade da polícia e está feita a tragédia.
A principal vítima, a menina que o psicopata molestava desde os 12 anos, está em coma irreversível.
Os programas da tarde bateram recordes de audiência. Tomara que o jornalismo que fazem seja reversível.
3 comentários:
É reversível. Vai virar documentário e depois tentar virar Oscar na mão d'algum Barreto.
É sempre assim.
Daqui a uma semana, Eloá entra para a estatística, vira um número e a sociedade vira a página.
A grande imprensa parte em busca de outro Lindemberg e outras Eloás, para rechear seus papéis de jornais e programa vespertinos.
E assim segue a sociedade brasileira!
"A grande imprensa parte em busca de outro Lindemberg e outras Eloás, para rechear seus papéis de jornais e programa vespertinos."
Quanta bobagem, como se o assunto não fosse de altíssimo interesse público... Quem não quiser, basta não ver.
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