segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

NYT faz o que os jornais do Brasil gostariam de fazer

Ele não é o maior jornal do mundo. Vende menos que qualquer jornal de bairro de Pequim. Mas para a maioria dos jornalistas, nunca deixou de ser o mais importante, o mais tradicional, o de maior peso político.

Pois o velho New York Times está tão encalacrado que entregou mais um pedaço ao milionário mexicano Carlos Slim. Aquele que é dono da Embratel e da Claro e pivô de boatos de que estaria de olho na Globo. Talvez não, mas é provável que qualquer empresário do setor, aqui no Brasil, sonhe com a idéia de ter Slim como sócio.

A cada sinal de crise do NYT, repete-se: o jornalão está mal das pernas porque sofreu a maior queda de volume de publicidade de sua história e apanha diariamente da internet gratuita.

Pode-se acrescentar: é um jornal envelhecido, que se dá ao luxo de não ter manchete e que se tornou obsoleto e desnecessário para os americanos com menos de 40 anos de idade. Se a situação já é instável, se transforma em crise aguda com a recessão americana.

Os jornais brasileiros devem prestar atenção na crise do NYT. Quando chegar por aqui, não será uma marolinha.

Os jornais impressos precisam mudar. Não têm opção. Devem se modernizar, misturar-se às mídias eletrônicas, criar focos de atração para novos leitores. É claro que os executivos dos jornais brasileiros sabem disso, ganham para isso e já estão tomando as providências necessárias.

O que falta, para a maioria dos jornais, é a consciência de que a mudança mais importante, a única que realmente interessa e que deve servir de base para todas as outras é, ao mesmo tempo, a que tem parecido mais difícil: melhorar a qualidade do conteúdo levado ao público.

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