O novo prefeito do Rio sabe que o "choque de ordem" é popular. Mas também sabe, ou deveria saber, que é difícil dar continuidade a este tipo de programa e que a mídia está apenas esperando uma semana sem alguma ação importante dos fiscais para concluir que o choque de ordem acabou.
"A desordem venceu", dirão os títulos. E dentro de alguns meses, o início avassalador, repleto de fiscais nas ruas recolhendo camelôs, carros e mendigos, será lembrado como o primeiro factóide de Eduardo Paes - idêntico ao que foi posto em prática por Cesar Maia.
A palavra é regularidade. Alguma ação todos os dias, um telefone para a população denunciar ilegalidades, respostas rápidas a cada situação e muito cuidado com as exceções.
Há alguns dias, a atriz Kátia D'Angelo obteve espaço nos jornais para defender a preservação da casa que ela construiu na Barra da Tijuca no meio de uma rua projetada bem antes da construção. Ela recorreu à justiça para manter a casa, e perdeu. Mas iludiu o jornal com a informação, falsa, de que ainda existe uma disputa judicial com a prefeitura.
Fez o repórter acreditar, também, que estava negociando com a prefeitura a transformação de uma parte do imóvel em centro cultural. Quem transforma parte de sua casa em centro cultural? A atriz propõe, na entrevista:
"Quero abrir uma discussão sobre as demolições."
Não quer, não. Quer apenas impedir a demolição da casa dela. Tanto que, na mesma entrevista, propõe que a prefeitura derrube as casas e os estebelecimentos comerciais mais ricos erguidos ilegalmente na mesma região.
Comprovada a ilegalidade das construções, todos os imóveis devem ser derrubados - ricos ou pobres.
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