sexta-feira, 27 de março de 2009

Jornalistas do Senado: vitória dos picaretas

O Senado, não tenham dúvidas, vai vencer a guerra que trava contra a imprensa e a opinião pública para preservar os privilégios de seu quadro de funcionários.

Ontem, o primeiro-secretário da Mesa, Heráclito Fortes, enquanto com uma mão assinava a demissão de 7 (SETE!) funcionários terceirizados enfiados na Casa por parentesco com diretores, com a outra mão acenava para 60 novos contratados - todos jornalistas.

O Senado tem 500 jornalistas, radialistas e técnicos de comunicação. E terá a partir de agora mais 60 jornalistas.

Não há trabalho para ocupar o tempo dos atuais 500. Nem espaço para abrigá-los, se todos decidirem comparecer ao trabalho no mesmo dia. Há jornalistas pendurados no Senado que nunca se viram, sequer se cruzaram no "túnel do tempo".

No lugar de alguns jornalistas terceirizados, e demissíveis, o Senado acaba de parir mais seis dezenas de concursados - portanto estáveis e indemissíveis. Gente que vai trabalhar se quiser.

É uma vitória do corporativismo e, especialmente, do jornalismo picareta.

Antes que alguém diga que nem todos os jornalistas do Senado são picaretas, me apresso a esclarecer: muitos dos 500 contratados trabalham. Alguns trabalhariam, se houvesse o que fazer.

Mas que ninguém se surpreenda se o número de picaretas estiver em patamar semelhante ao que Lula denunciou, um dia, quando se referiu aos parlamentares.

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