DILMA ROUSSEFF:
A proposta de emenda constitucional anunciada restringe o crescimento
dos recursos para investir na educação, saúde e transferência de renda é um
atentado contra o futuro do Brasil.
Há duas gravíssimas agressões ao povo brasileiro nessa
proposta.
A primeira é que, ao
definir que os gastos do estado somente poderão ser corrigidos pela inflação,
ela os congela no atual patamar. Significa que todo o esforço que vínhamos
fazendo para ampliar os investimentos em educação, saúde e proteção social será
interrompido.
Pior ainda: como a população continuará crescendo e suas
demandas também, o mesmo montante de recursos terá de atender um número maior
de pessoas. Vai diminuir o gasto em saúde, educação e políticas sociais por
pessoa.
A segunda ameaça decorrente desta PEC é gravíssima: se ela
for aprovada, pelos próximos 20 anos de nada adiantará o povo brasileiro
escolher um presidente ou uma presidenta que proponha aumentar os gastos do
Estado. Ele estará impedido, pela Constituição, de escolher gastar mais em
educação e saúde, por exemplo.
Isto significa que este governo interino e golpista está
decidido a cassar o direito dos brasileiros de escolher qual programa de
governo deve conduzir o país, não só hoje, mas pelas próximas duas décadas.
Poderemos votar para presidente, mas não poderemos mais escolher o tamanho do
Estado que queremos para atender nossos direitos.
Com esta PEC, o governo ilegítimo pretende fazer o Brasil e
as demandas da população voltarem ao tamanho dos gastos dos anos 90, sob o
governo FHC. Imaginem quanta redução de direito, quanta exclusão, quanta
desigualdade e quanta pobreza vai resultar desta proposta!
A deterioração dos serviços públicos e a diminuição da
capacidade do Estado de garantir direitos são consequência inevitável dessa
PEC.
Eu pergunto se alguém lembra de alguma manifestação pedindo
para diminuir investimentos em educação e saúde. Eu só me lembro do exato
oposto, brasileiras e brasileiros indo às ruas para pedir mais educação, mais
saúde e mais programas sociais.
Vejam o absurdo: um governo sem voto e
ilegítimo propõe fazer exatamente o contrário do que quer a população.
Um comentário:
Sem levante popular nada acontecerá e assim ficamos vendo os golpistas pintarem-o-sete.
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