segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Prêmio aos piores

Que o prefeito do Rio é maluquinho, todo mundo sabe. Que ele governa e se relaciona com a imprensa por email, não só sabemos como aceitamos, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Mas até que seja interditado por laudo médico, Cesar Maia anuncia uma medida aqui, um factóide ali, uma jogada política acolá. De vez em quando acerta, como quando decidiu premiar com salários-mímimos os melhores alunos dos três últimos anos do primeiro grau da rede pública municipal. A secretária municipal de educação, Sonia Mograbi, explica a medida:

- Os dados mostram que a evasão escolar é maior nas séries mais avançadas do ensino fundamental, quando muitos alunos largam os estudos para trabalhar.

Pela falta de qualidade das contestações, pode-se deduzir que o projeto é bom. Celso Niskier, reitor da UniCarioca, se preocupa com a "possibilidade de o ambiente escolar se tornar muito competitivo". Ele defende que a premiação deveria ser feita por meio de bolsas de estudo e livros.

Livros não são opção a uma proposta que visa a substituir o salário.

Iris Rodrigues de Oliveira, chefe do departamento de didática da faculdade de educação da UFRJ, apresenta uma tese que seria insólita se já não estívessemos acostumados com este tipo de conceito tortuoso:

- Uma escola inclusiva não pode instaurar uma meritocracia, que exclui os alunos que não tiram MB (Muito Bom).

A tese de Niskier é uma bobagem, mas a afirmação da professora Iris é criminosa. Desde quando inclusão prescinde do mérito?

O problema é este: vivemos num país em que o elogio da competência é considerado preconceito. Moderno - ou, como eles gostam de dizer, inclusivo - é premiar o medíocre, celebrar o pior, homenagear a preguiça e o desinteresse.

Um comentário:

Ranieri Trecha disse...

O Brasil consegue ser tão "diferente" em tantos aspectos dos outros, que prefiro nem comentar...hahahahah
Mas adorei o seu blog.
Abraços!

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