O Globo faz um esforço danado para subestimar a pesquisa que mostra que os cariocas se orgulham da cidade em que vivem.
Começa, é claro, com o resultado: 73 por cento dos cariocas estão orgulhosos ou muito orgulhosos de viver na cidade, independentemente do local em que moram ou da classe social a que pertencem. Apenas 16 por cento dos entrevistados se declaram pouco ou nada orgulhosos da cidade que habitam.
Em seguida, talvez espantado com o resultado, que contraria uma visão clássica pessimista da imprensa e de uma certa classe média sobre o Rio, o jornal se apressa em corrigir:
"O índice é alto, mas não significa que o carioca está de olhos fechados para os problemas do município".
Por que estaria? O carioca têm sólida tradição de crítica e cobrança e se orgulhar de viver no Rio não preciso significar alienação.
Como era preciso tornar ainda mais relativo o resultado da pesquisa, o Globo foi buscar na própria coordenadora do trabalho uma espécie de redutor do otimismo carioca, na forma de conselhos e ressalvas elitistas: "a cientista social Samyra Crespo só espera que o alto índice de orimismo não signifique que a sociedade está conformada com os problemas".
Não sei, não, mas acho que a cientista coordenou a pesquisa e não entendeu o resultado.
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