Renato Maurício Prado e sangüíneo.
Fernando Calazans é rabugento.
Ambos são, no entanto, leitura indispensável. Tendo a concordar mais com Renato, menos implicante com cabeças de área e cuidados defensivos, do que com Calazans, que persegue implacavelmente um conceito que considero básico em futebol: a retomada da bola.
Nada disso tem a menor importância. A gente não lê um colunista porque concorda com ele. Lê porque o considera interessante, mesmo que - e muitas vezes justamente porque - tenha posições diferentes das nossas.
O que não parece fazer muito sentido é só ter o direito de ler Renato e Calazans comentando o maior jogo do ano no Brasil - Fluminense e São Paulo - dois dias depois de a partida ter ocorrido.
Eis aqui, como já havia citado rapidamente em comentário recente, o problema da editoria de esporte dos jornais impressos: o envelhecimento precoce. Já fui editor de esporte e sofri do mesmo mal.
Ontem, o assunto era a vitória heróica e épica do Fluminense sobre o campeão brasileiro.
Hoje, não é mais. O assunto de hoje é a preparação do Fluminense para enfrentar a melhor equipe da América, o Boca Juniors de Riquelme e companhia. E sobre isto, no Globo, Calazans só poderá falar amanhã e Renato depois de amanhã.
Alguma coisa está fora da ordem e do tempo.
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