sexta-feira, 13 de junho de 2008

Marona editou frescuras no JN?

Recebi muitos emails reclamando do acesso blog durante três dias esta semana. Percebi que algum problema estava ocorrendo quando o medidor de visitas parou de funcionar. Hoje parece ter voltado ao normal e, por esta razão, vou repetir alguns posts que talvez não tenham sido vistos por uma parte dos visitantes.

Eis o que o site sobre a memória da Globo diz sobre a minha passagem pelo Jornal Nacional (os grifos ao texto são meus). No próximo post, acima desta transcrição, eu faço ressalvas ao texto ou à memória da Globo:

Em setembro de 1996, Amauri Soares deixou o comando do Jornal Nacional para assumir a direção do jornalismo de São Paulo. Foi substituído no telejornal por Mário Marona.
Assim que se tornou editor-chefe do JN, Marona realizou mudanças, mantendo o espírito noticioso do telejornal em todas as áreas, mas aumentando a participação das matérias leves e de comportamento.
A mudança, em alguns momentos, gerou críticas à TV Globo. A principal acusação era que a emissora estava deixando em segundo plano notícias relevantes para privilegiar curiosidades do mundo animal e a vida de celebridades. Foram dois os assuntos polêmicos. O primeiro foi a edição do dia 28 de julho de 1998, quando nasceu Sasha, filha da apresentadora Xuxa. O assunto ocupou mais de dez minutos do noticiário, enquanto o leilão da Telebrás e da Telesp, que iria acontecer no dia seguinte, ficou com menos de quatro minutos. Outra polêmica foi gerada por três extensas reportagens sobre o romance de uma macaca do zoológico de Brasília, exibidas entre março e maio de 1998.
Um episódio marcante do Jornal Nacional, nesse período, foi a entrevista exclusiva com Fernando Collor, realizada pela repórter Sônia Bridi, em março de 1997, quase cinco anos depois do impeachment. A entrevista foi gravada em Miami, onde o ex-presidente estava morando. Collor concordou em falar ao telejornal desde que a conversa não fosse editada ou cortada. E assim foi. A entrevista durou 11 minutos e acabou ocupando todo o último bloco do telejornal. O Collor que os telespectadores viram no vídeo parecia totalmente descontrolado. Irritado com as perguntas, gritou, deu socos na mesa e chegou a chamar a repórter de “filhotinha”.
As questões relativas à defesa dos direitos humanos ocuparam progressivamente a pauta do Jornal Nacional. Em 1997, por exemplo, foram produzidas pelo telejornal várias matérias sobre trabalho infantil. Foram mostradas diversas áreas pobres do Brasil onde crianças deixavam de freqüentar a escola para ajudar no sustento das suas famílias. Em 1999, foram ao ar denúncias de exploração de mão-de-obra escrava em fazendas na Amazônia e no Pará, contribuindo para a conscientização da população e das autoridades.
Entre as várias reportagens de denúncia desse período, merece destaque a do jornalista Marcelo Rezende sobre a violência policial, exibida no Jornal Nacional em 31 de março de 1997. As imagens, gravadas por um cinegrafista amador, mostravam um grupo de policiais militares extorquindo, espancando, torturando e humilhando pessoas em uma blitz na Favela Naval, em Diadema, subúrbio de São Paulo. Em uma das cenas, um policial aparece executando um passageiro dentro de um carro. O caso foi assunto do JN durante toda a semana. Naquele período, o país viveu sob o impacto das imagens que exibiram a truculência da polícia militar. As reportagens chocaram o país. A TV Globo recebeu inúmeros telefonemas, faxes e mensagens via Internet, que manifestavam a indignação da população. A Assembléia Legislativa de São Paulo logo anunciou a criação de uma CPI para apurar o caso e, em 3 de abril, foi aprovado pelo Congresso o projeto de lei que transformava a tortura em crime punível com pena de até 21 anos de prisão. Também no dia 3, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou a proposta de emenda constitucional que federalizava os crimes contra os direitos humanos. Em setembro daquele ano, o repórter Marcelo Rezende recebeu o Prêmio Líbero Badaró de jornalismo.

Prêmios recebidos no período em que estive à frente do JN:
1996 – Troféu Imprensa de melhor telejornal
1997 – Prêmio da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte e Prêmio Líbero Badaró na categoria telejornalismo para a matéria Violência policial em Diadema, do repórter Marcelo Rezende.
1998 – Prêmio Líbero Badaró para matéria sobre problemas causados pelos agrotóxicos dos repórteres Lucius de Mello e Alberto Gaspar, e para a matéria Denúncia de venda de armas do repórter Marcelo Rezende; Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo na categoria televisão para a matéria sobre Trabalho infantil do repórter Marcelo Canellas; Prêmio de melhor noticiário da APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte.

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