Meu comentário das 11 e 30 na Rádio Mundial AM1180:
Acabo de ler no nosso site, o www.mundial.am.br, uma notícia triste:
A australiana Olive Riley, considerada a blogueira mais velha do mundo, morreu sábado, aos 108 anos.
Nascida em 20 de outubro de 1899 e depois de viver duas guerras, a australiana teve a idéia de fazer um blog ano passado, onde compartilhava com os internautas as impressões sobre a vida moderna e a experiência de ter vivido durante todo o século XX.
Riley estava internada em um asilo e deixou de luto milhares de internautas, inclusive pessoas da Rússia e América, que conversavam com a blogueira freqüentemente.
O endereço All About Olive está fora do ar, mas é possível acessar o conteúdo em A Blogueira mais velha do mundo, pelo Google.
No YouTube, há também vários vídeos de Olive.
Imaginem só, uma senhora criou um blog aos 107 anos de idade. E dizem que internet é coisa de adolescente cheio de espinhas no rosto.
É bem verdade que estes garotos continuam sendo uma grande preocupação para professores, pedagogos e pesquisadores.
O professor Mark Bauerlein acaba de lançar nos Estados Unidos o livro The dumbest generation, em bom português, A geração burra, que afirma com todas as letras que a internet, em vez de ensinar, está ajudando a aumentar a ignorância da juventude.
O livro e o debate sobre o assunto estão na matéria de capa do Globo Digital, a revista semanal do Globo sobre internet e informática.
Baseado em pesquisas, o livro chega a uma conclusão desanimadora sobre os jovens americanos: eles não lêem, não visitam museus, não sabem nada de história e não acreditam no trabalho honesto.
Na internet, gastam a maior parte do tempo trocando e-mails e conversando sobre amenidades com amigos. Quando entram num site de informação ou literatura, nunca ficam mais do que oito minutos.
O autor do livro fez uma lista das razões pelas quais esta geração formada pela internet parece perdida:
1. São alienados, estão totalmente separados da realidade e só pensam em coisas imediatistas.
2. É a única geração que se gaba de não ler.
3. Não conseguem escrever fora dos padrões dos textos de e-mails e chats.
4. São ridicularizados pelos amigos quando pensam de forma original.
5. Não conseguem memorizar informações.
Nem todos concordam com o autor de A geração burra. Professores e pedagogos ouvidos pelo Globo dizem que os problemas existem, mas não são assim tão sérios e nem assim tão originais.
A pedagoga do Colégio Logosófico, Maristela Riski, conta uma experiência feita num Congresso de professores:
“Li para eles algumas frases, dizendo que a juventude é irascível, não respeita autoridade, não tem medida..” Perguntei-lhes se achavam a frase atual. Todos concordaram e eu contei que quem falou isto foi Aristóteles, no ano 300 antes de Cristo.
Ou seja, com ou sem internet, o maior defeito da juventude, para os mais velhos, é sempre o mesmo: ser jovem.
É por isso que o dramaturgo Nelson Rodrigues, quando uma estagiária lhe perguntou que conselho ele daria aos jovens, respondeu:
“Envelheçam, pelo amor de Deus”.
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