Daniel Castro, colunista de televisão da Folha, informa que a novela A Favorita, da Globo, só tem conseguido altos índices de audiência nos estados do Sul do país. A razão é econômica: a novela só empolga as classes A e B, que são numerosas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Entre as classe C, D e E, maioria nos estados do Nordeste, por exemplo, o fracasso da novela é rotundo, para lembrar uma palavra que Brizola gostava muito de usar. Nos estados mais pobres, os telespectadores estão migrando para outras emissoras no horário da Favorita.
Este fenômeno, caso seja mesmo uma tendência, pode ser novo na teledramaturgia, mas já é antigo no jornalismo. Desde os anos anos 90, os telejornais da Globo enfrentam dificuldade de audiência nas classes mais pobres, que acabam optando pelos programas populares do SBT ou da Record. E quando os telejornais adotam linha mais popular, como aconteceu com o o Jornal Nacional na segunda metade dos anos 90, a audiência sobe, mas expulsa os formadores de opinião.
Eu vivi esta segunda experiência.
Hoje, o JN tem audiências que passam muito pouco dos 30 pontos, efeito natural da opção editorial por um telejornal mais político e voltado para o hardnews.
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