É uma grande perda de tempo interrogar o repórter Cesar Tralli sobre o vazamento de informações que permitiu à Globo, e apenas à Globo, filmar as prisões de Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta. Ele é repórter, funcionário da emissora e pouco importa se tem ou não parente na polícia. Fez o que faria qualquer repórter, de qualquer outra emissora.
A Globo obteve acesso exclusivo às prisões, acompanhando os agentes, assim como recebeu cópia do inquérito antes dos advogados de defesa dos acusados porque é o que sempre acontece em operações policiais importantes.
O ministro Tarso Genro faria melhor se mandasse o delegado responsável pelo caso explicar a razão pela qual preferiu entregar a operação de mão beijada para a Globo em vez de chamar todas as emissoras, como seria razoável e justo.
Quem tem que ser interrogado neste caso é o delegado. Ele concedeu um privilégio odioso a uma emissora em detrimento de todas as demais.
Mas que fique bem claro. A PF sempre faz isto, assim como a polícia do Rio e, provavelmente, as polícias de outros estados. Delegados e chefes de polícia privilegiam a Globo por vaidade e exibicionismo. Preferem lidar com uma só emissora porque acreditam que, desta forma, vão controlar o enfoque das reportagens e - o mais importante - aparecerão no VT com uma boa sonora, como os heróis do dia.
Em post anterior, elogiei o texto e a edição do VT do Jornal Nacional sobre as prisões. Não retiro os elogios. Mesmo que as demais emissoras tivessem recebido as informações, o que seria justo, ainda assim o JN poderia ter feito um bom trabalho, como fez.
O que precisa acabar, de uma vez por todas, é a discriminação de todas as emissoras em benefício de uma única empresa - ainda que seja a de maior audiência.
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