Nesta época em que a internet torna degradável a edição impressa publicada apenas no dia seguinte, o blog - feito por um velho homem de imprensa (escrita) - se dedica a procurar bons motivos para preservar o ótimo hábito de apanhar o jornal de manhã cedo na portaria, começar a leitura no trono e concluí-la na mesa da cozinha, durante o café, enquanto não chega o jornal de plástico baixado pela web.
A boa notícia é que elas existem.
(Os lides, infelizmente, são todos iguais - no jornal impresso e na internet. Os títulos dos jornais nada acrescentam ao que já sabíamos 24 horas antes. Talvez ainda não seja tarde demais para resolver isto, contratando profissionais qualificados para escrever (ou reescrever) lides que explorem enfoques novos de uma mesma notícia, assim como títulos que, mais do que contar o já sabido, interpretem, opinem, brinquem, interfiram, enfim, na leitura do fato.)
Mas volto ao que queria dizer: é no meio dos textos, às vezes no pé das matérias que é possível encontrar, enfim, aquela informação que provoca no leitor alguma exclamação: um "uau", um "caraca", uma frase que quem está lendo faz questão de repetir em voz alta para o resto da família. Pelo menos, vá lá, um levantar das sombrancelhas.
Por exemplo: O Globo revela hoje, no noticiário já sabido desde ontem sobre a decisão dos Estados Unidos de abandonar à própria sorte o ditador de Zimbábue, que a inflação neste país chegou a 1 trilhão por cento, que três pãezinhos custam 100 milhões de dólares zinbabuanos, e que o desemprego atinge 80 por cento da população economicamente ativa.
Caraca!
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