segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Marola passa longe do Senado

Não há marola que abale o Senado.

O Brasil extinguiu 650 mil vagas formais de trabalho desde o início da crise nascida em Wall Street - um constrangimento para o sindicalista Lula, uma oportunidade para o proselitismo de Serra.

Mas o Senado brasileiro surfa, inabalável sobre a onda de desemprego.

O Senado tem 2.600 servidores concursados e mais 3.200 comissionados. Isto significa uma média de 71 funcionários para cada senador. E estão abrindo novos concursos porque, segundo a administração da Casa, há um déficit de 1.100 vagas.

Dos 2.600 servidores estáveis do Senado, 402 ganham mais do que os senadores para os quais prestam ou deveriam prestar serviço. São R$ 16,5 mil por mês, mais eventuais gratificações, vantagens especiais e horas extras fixas. Este último item é um mistério, já que ninguém no Senado, exceto alguns senadores, trabalha além de sua jornada regular. E há registro de planilhas de horas extras até mesmo em períodos de recesso.

Dos 2.600 servidores, mais de mil ganham R$ 10 mil por mês. E são funcionários de "nível médio", entre os quais estão motoristas, ascensoristas, contínuos, digitadores e seguranças.

Brigar contra estas corporações é difícil. Para se ter uma idéia, o senador Jarbas Vasconcellos, eleito pelo voto dos pernambucanos, criticou o que chama de caixa preta dos salários do Senado e foi imediatamente contestado pelo diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. Sem um único votgo popular, ele é, em tese, empregado dos senadores, mas os enfrenta em debate público quando está em jogo a defesa dos privilégios dos servidores e da sua própria condição de intocável.

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