segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Obama vai parar de ler jornal

Quanto tempo vai levar para que Barack Obama afirme, em entrevista a algum amigo, que não lê jornais e revistas e não assiste TV?

Em 48 horas de mandato, o presidente americano já teve dois desentendimentos com a imprensa.

No primeiro, sua assessoria foi duramente cobrada por não ter permitido a entrada de fotógrafos na segundo juramento do presidente - no primeiro, ele cometeu um erro. Apenas o fotógrafo oficial da Casa Branca pôde fazer a foto.

A segunda desavença com a mídia ocorreu durante a visita surpresa de Obama à sala de imprensa da Casa Branca. O que o presidente pretendia que fosse apenas um simpático gesto de congraçamento se transformou em bate-boca com um dos repórteres, que ousou fazer-lhe uma pergunta pouco protocolar.

O repórter indagou como Obama pretende concililar a anunciada política enérgica de controle da presença de lobistas e ex-lobistas no primeiro escalão se nomeou como vice-secretário de Defesa um sujeito que trabalhou para uma indústria de armamento que é fornecedora do governo.

Obama acusou o golpe. Ficou irritadíssimo com o repórter e chegou a perder as estribeiras:

"Estão vendo? Vim aqui fazer uma visita e vejam o que acontece? Não posso visitar vocês e cumprimentá-los se toda vez que vier aqui eu for interpelado deste jeito."

Presidente Obama: aí, como aqui, jornalista gosta de ser bem tratado, mas não quer apenas congraçamento; quer notícia, informação, sua opinião sobre assuntos de interesse dos seus veículos.

A pergunta do repórter é bastante apropriada. Se não queria ser interpelado, que tivesse avisado, por meio da assessoria, que não responderia a nenhuma pergunta. Ainda assim, correria risco de encontrar algum repórter disposto a não respeitar a determinação.

Tenha certeza de que, ao longo de quatro ou oito anos de mandato, o senhor não terá muitos amigos entre os jornalistas. Entre os donos de jornal, eventualmente, sim. E olhe lá.

Não Conti - perdão pelo trocadilho - com gente que lhe faça perguntas assim: "Jornalisticamente, têm duas coisas no seu governo até agora que são, aí merecem... o negócio do mensalão, como é que surgiu isso, como é que foi coberto, como é que acabou? E a questão Daniel Dantas. São dois casos, jornalisticamente, Presidente, que ainda são muito misteriosos."

Nenhuma fonte gosta de jornalista. Se cultivam alguma relação honesta que envolva simpatia, ela deixa de existir no instante exato em que alguma pergunta com pé e cabeça que cause desconforto é pronunciada. Fonte gosta de jornalista que consegue dominar o tempo todo.

Um comentário:

Stefano di Pastena disse...

Essa fraude não completará nem um ano de mandato...O problema é seu vice: burro, inútil e histriônico (uma espécie de Suplicy local).

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