terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A mentira dos mortos

Segundo a Unicef, morreram 275 crianças e 85 mulheres na Faixa de Gaza desde o início dos ataques israelenses. Total: 360.

É muito mais do que isso, segundo os números divulgados pelos palestinos: 277 crianças, 97 mulheres e 92 idosos. Total: 466.

Como todos os cálculos - não israelenses, diga-se - registram um total de 930 mortos no conflito até o dia em que os dados acima foram distribuídos, fica a pergunta: morreram mais crianças, mulheres e velhos do que civis adultos na guerra de Gaza?

Pelo que se vê, o exército de Israel não conseguiu, com toda a sua tecnologia, acertar um único homem adulto que não fosse combatente do Hamas. Os mortos, ou são do Hamas, ou são crianças, mulheres e idosos.

Um comentário:

Guido Cavalcante disse...

Caro Marona, nem vou comentar os detalhes que você tem se esforçado em oferecer aos leitores de seu blog, demonstrando com inúmeras citações a “moralidade” da batalha em Gaza. Como você bem deixou claro num dos primeiros posts, quando os bombardeios estavam começando: “a contestação às minhas idéias quase sempre faça com que me aferre ainda mais a elas - mesmo que esteja errado - não foram poucas as ocasiões em que, confrontado com bons argumentos, acabei por me render a eles.” Bem, eu não tenho a pretensão de demonstrar os seus "erros" e tampouco me interessam os seus “acertos”. Você é declaradamente engajado nas fileiras de Israel – e até ai tudo bem. Por meu lado, continuo mantendo minhas dúvidas se esta guerra é "apenas" entre judeus e palestinos. Se for só isso, então acredito que o uso da força por Israel é realmente desproporcional. Você e eu sabemos que Israel tem plena capacidade militar e operacional para infiltrar unidades de tropas especiais em Gaza e matar todos os líderes e muitos militantes do Hamas. Muitos soldados israelitas iriam morrer, mas a operação seria “limpa”. Uma clássica infiltração atrás das linhas inimigas. Com cobertura aérea e naval. Relativamente poucos civis iriam pagar o preço que agora estão pagando na carne literalmente. Israel mostrou em inúmeras operações que tem essa capacidade. Lembro agora de Antebe, mas não será fácil encontrar outras referências. Não haveria necessidade de empregar estes novos armamentos de destruição em massa como as bombas de titânio, cujo resultado parece ser horrendo no corpo humano.

O que eu acho é que na verdade estamos assistindo o inicio de um novo mapa político do Oriente Médio. Nesse sentido, creio que muita coisa pode ser inferida das informações que se obtém jogando no Google a expressão "A Clean Break: A New Strategy for the Realm”. Então as coisas se tornam mais “reais”. Olhe como essa citação é interessante:

(the) "real agenda in all this, of course, was to redraw the political map of the Middle East. Now that is code, whether you like it or not, but it is code for putting into place the strategy memorandum which was done by Richard Perle and his study group in the mid—90s, which was called 'A Clean Break: A New Strategy for the Realm'. And what it is, cut to the quick, is if you take out some of these countries, or some of these governments, that are antagonistic to Israel, then you provide the Israeli government with greater wherewithal to impose its terms and conditions on the Palestinian people. . .But that is the real agenda. You can put weapons of mass destruction out there, you can put terrorism out there, you can put liberation out there. Weapons of mass destruction got hard—headed realists on board, through a bunch of lies. . .

Marona, você certamente irá encontrar novos materiais interessantes ao redor disso. E parabéns pela sua determinação hercúlea em demonstrar como a imprensa e todos nós nos movemos no limbo da desinformação:-)

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