Um visitante perguntou se o blogueiro tem mágoas do jornalismo.
É claro que tem.
Sou, como muita gente, movido a amores e mágoas, sucessos e fracassos, créditos e culpas.
Não por ser jornalista. Seria assim se fosse advogado, ou médico, ou balconista...
Não era tão neurótico aos 41 anos, idade do leitor. Mas já demonstrava fortes sinais de preocupação com autocrítica e senso de ridículo. Autocrítica e senso de ridículo nos tornam, quase sempre, mais enérgicos na avaliação que fazemos de nós mesmos e dos nossos aparentes sucessos.
Já fiz muito. Já fui bastante. Ainda sou capaz de fazer, embora já não cultive tanto a vontade de ser.
O jornalismo já me fez pobre, quase rico e pobre de novo.
Já vi todos os defeitos que se possa imaginar nesta profissão. Muitos deles em mim mesmo.
Mas posso afirmar ao leitor que pergunta "se vale a pena continuar a carreira": exercida com dignidade, não há profissão mais bonita; exercida de maneira indigna, é a mais canalha das profissões.
Não depende só do jornalismo. Depende do jornalista, de cada um deles.
Boa sorte, João Ruth.
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