domingo, 4 de janeiro de 2009

A visão de um judeu de esquerda

A correspondente do Globo em Israel, Renata Malkes, está fazendo um bom trabalho na cobertura possível da ofensiva contra Gaza. Demonstra isenção. Além das entrevistas oficiais obrigatórias, toma o cuidado de ouvir opiniões dos dois lados da questão. Tem entrevistado judeus e palestinos, com igual zelo. E a leitura de suas matéria passou a ser obrigatória.

Hoje, assina no Globo boa entrevista com o historiador judeu Benny Morris, da Universidade Ben Gurion, autor do polêmico "1948, a história da primeira guerra árabe-israelense". Eis alguns trechos da entrevista de hoje a Renata Malkes:

"Infelizmente, civis morrem em guerras. O Hamas prega a destruição de Israel e a única linguagem que compreende é a da força. Eles gostariam de ter o poderio militar israelense e eliminar o país do mapa."

"A Faixa de Gaza sempre foi um celeiro de confusão. Todos os que administraram a região antes mesmo de 1967 enfrentaram problemas. É um antro de gente pobre, desgostosa e hostil, que nunca aceitou a intervenção de 'estrangeiros' em seu território, sejam eles egípcios ou israelenses."

"Estou tentando ser realista [ao apoiar a invasão de Gaza por Israel e se dizer pessimista sobre uma solução futura para a região]. Sei que não é politicamente correto, mas tudo que é politicamente correto envenena a História e impede nossa capacidade de enxergar a verdade. Eu me identifico com o filósofo Albert Camus. Ele era esquerdista e muito ético, mas, quando se referia ao problema da Argélia, mudava de tom. Preservar seu povo era mais importante que valores universais de moral e ética.

"Há um choque de civilização em curso no mundo. O Islá e sua atitude bárbara com relação à liberdade, à democracia e à vida humana luta contra o mundo ocidental. O conflito israelense-palestino é somente uma vertente dessa guerra."

5 comentários:

Anônimo disse...

"Preservar seu povo era mais importante que valores universais de moral e ética." Então é em nome do povo? Então tá! A "isenção" da repórter e o preconceito do dono do blog acabam de criar uma nova escala de valores humanistas. A mesma justificativa para a ditadura do Fidel, para as ditaduras bananeiras e até para o nacional socialismo nazista. É impressionante o que a idade faz com as pessoas: vai tornando o corpo feio e a mente burra.

Guido Cavalcante disse...

A sua interpretação, Anônimo, desvirtua a intenção do Marona. Ele simplesmente transcreveu alguns parágrafos da entrevista apresentada ontem, 04/01. em O Globo. A entrevista é muito interessante e demonstra a multiplicidade de opiniões em torno da questão palestina. Além do práprio fato histórico em que o conflito se tornou, há um ponto crucial: onde ficam nessa guerra infindável os limites entre civilização X barbárie? Creio que mais do que posições arraigadas e ataques pessoais, tal deveria ser o teor e o único interesse para os leitores desse admirável blog.

Anônimo disse...

É difícil brigar com anônimos. Eles são cagões. Não têm coragem de se identificar, diferentemente do blogueiro, que assina toda e qualquer opinião que emite - certa ou errada, sensata ou paradoxal. Quanto a me chamar de "feio", parece que estamos diante de um anônimo procupado com o MEU corpo. Que coisa mais gay!

Anônimo disse...

Finalmente, para os que eventualmente não tenham entendido o post, adiciono uma tecla SAP. Não manifestei apoio ao professor israelense. Quis apenas mostrar que há muitas correntes de opinião sobre este assunto, dentro de Israel, inclusive. Aliás, lembrei que o historiador é polêmico. Elogio a correspondente por não se limitar a ouvir uma única corrente de opinião. Isto é jornalismo.

Stefano di Pastena disse...

Além de anônimo, cagão e covarde, o sujeito não sabe interpretar um mísero texto. (e tá de olho em teu corpitcho, Marona...eu, hein)

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