quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Israel precisa de um centrão

A vitória dos conservadores em Israel, ainda que não tenha sido por larga diferença, parece mostrar que o eleitor deu o seguinte recado: se é para fazer a guerra, preferimos que a direita se encarregue do assunto.



Talvez.



Ninguém, a tanta distância, pode fazer mais do que especulações a respeito da política interna de Israel, a não ser que seja um estudioso do tema. Não é o caso deste blog.



O que salta aos olhos, num exame dos resultados da eleição, é que só existe uma maneira de impedir que um bloco radical de direita assuma o poder e ponha em prática idéias radicais que certamente a maioria da população rejeitaria: uma grande aliança entre o Kadima e o Likud.



Parece insólito demais, parece impossível, mas pode ser a única solução para preservar uma hegemonia de poder centrista no país - uma espécie de mal menor.



O Kadima excluiria do pacto os "seus radicais" - todos os partidos que ficam à sua esquerda no espectro ideológico, inclusive os trabalhistas, grande derrotado nas urnas. O Likud faria o mesmo, excluindo do acordo os partidos ortodoxos com forte influência religiosa que ficam à sua direita, a começar pelo Yisrael Beiteinu.



Benjamin Netanyahu poderia assumir o posto de primeiro-ministro, deixando para Tzipi Livni o ministério da Defesa - por que não uma mulher? - assim como com alguém do Kadima nas relações-exteriores.



Pode ser uma coligação frágil, mas a esta altura, diante da tendência de um governo absolutamente conservador, este "centrão" israelense, com ampla maioria e distância dos radicais mais empedernidos, seria uma saída aceitável e democrática para a crise criada pela eleição.



Mal comparando, Israel seria governado por uma aliança entre o DEM e o PSDB.

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