Romildo Guerrante, jornalista com quem tive prazer de trabalhar algumas vezes, manda um comentário sobre o post em que faço ressalvas ao comportamento da imprensa no novo caso da boate Baronetti. Reproduzo aqui, como reproduzirei os comentários que julgar ligados diretamente ao tema, desde que assinados.
Alguns jornalistas acham que podem, com suas matérias, vencer a prova dos autos. Tomam-se de simpatia pelas vítimas e as vendem como absolutamente inocentes diante da tragédia. Por isso muitas vezes a imprensa e a sociedade se decepcionam com as decisões da Justiça. A Justiça não considera a matéria de jornal, mas a prova dos autos.
Tem uma perguntazinha lá no Direito Penal que diz o seguinte: "Em que a vítima pode ter contribuído para o ocorrido?". Infelizmente, não ensinam isso no Curso de Comunicação. E aí não tem “perhaps”: se houve provocação, se houve agressão, se houve ataque de um grupo grande de lutadores de jiu-jitsu contra alguém, esse alguém terá respaldo legal para se defender da forma possível. Se está armado, e a lei permite que ande armado na circunstância em que agiu, poderá fazer uso da arma, até porque foi treinado para isso. É duro, mas é assim.
Não adianta dizer que um grupo passou atirando a esmo nas pessoas que estavam no ponto do ônibus, porque o inquérito pode apurar que as pessoas que estavam no ponto do ônibus tinham agredido o assassino momentos antes num baile. E por aí vai.
Os jornais estão cheios de matérias desse tipo. Má apuração respaldada pela falta de de vigilância e de tempo dos editores.
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