terça-feira, 8 de julho de 2008

Um professor me dá aula de ética

João Batista de Abreu é professor universitário. Mandou um comentário, sem se identificar, criticando o post em que fiz ressalvas ao comportamento da imprensa na cobertura do novo caso Baronetti. Discordava de mim. Mas não reproduzi o texto aqui, deixando-o apenas no espaço de comentários - portanto, não o censurei. Só publico no espaço dos posts textos em que os autores se identificam. Estou errado? Pouco importa, é o critério que adoto no meu blog.

Retirei do espaço dos comentários e publiquei como post um texto do Romildo Guerrante, amigo que, aliás, nem sempre concorda comigo. Isto parece ter incomodado o João Batista de Abreu que, aí sim, mandou um email para mim e para o Romildo, irritado, reclamando do que poderia ter sido censura: eu teria optado pelo texto do Romildo, que concorda comigo, e rejeitado o texto dele, que discorda.

A arrogância é um vício de jornalista - eu confesso que luto contra a minha e nem sempre venço esta guerra pessoal. Mas quando jornalista é também professor universitário, a vitória contra a arrogância é muito mais difícil. João Batista tascou lá no seu e-mail:

"Pena que nosso colega Mário Marona, 24 horas depois de eu haver enviado o primeiro comentário a seu blog que defendia abertamente o capanga da promotora - blog que eu aliás não pedi para receber - tenha-se limitado a transcrever apenas seu blog [refere-se ao Romildo], que concorda com a opinião dele. Pelas explicações dele, devo ter esquecido de me identificar, mandando CPF e RG."

Feito isto, mandou um e-mail bastante grande, com seus argumentos para contestar este defensor de capangas aqui. É claro que não se rebaixou à vala comum dos que mandam comentários para o blog que, aliás, ele nem queria receber. Veio como texto à parte, na verdade um anexo ao e-mail, com todas aquelas regras da CBNT - largura de margem, espaço padrão entre as linhas etc. Como ele acha que deve fazer um professor universitário.

Antes de publicar - sim, eu vou publicar porque minha irritação é com o método e não com as idéias do professor - preciso avisar ao João Batista e a qualquer um que quiser se dar ao trabalho de visitar meu blog:

1. Não é preciso visitar meu blog. Só entra quem quer. Quando, eventualmente, eu mandar e-mail para os contatos da minha caixa de correio sugerindo a leitura de algum texto, ninguém precisa aceitar a sugestão. Pode ignorar, excluir a mensagem e até, se quiser, me classificar como spam. (Aliás, nem sei porque o professor João Batista está na minha lista de contatos. Deve ter entrado involuntariamente num desses debates dos quais acabam participando várias pessoas).

2. Quem entrar, pode ficar à vontade. Pode concordar ou não. Costumo ter até mais carinho pelos que discordam. Não é necessário mandar comentário. Se quiserem, comentem como anônimos desde que, nesta condição, usem linguagem adequada e não agridam ninguém pessoalmente, mas especialmente não ME agridam. Se fizerem comentários interessantes com identificação, sempre que puder vou reproduzí-los no espaço dos posts.

3. Finalmente, agora apenas para o professor ou para alguém que tenha chegado à mesma conclusão equivocada dele: eu não defendi o segurança da promotora. Apenas chamei atenção para o fato de que a imprensa está sendo parcial na cobertura, como muitos vezes costuma ser em casos assim. Se previ sua absolvição isto não significa que concorde com ela. Pelo contrário, temo que ela aconteça. Talvez eu tenha que usar sempre a linguagem que utilizo nos comentários que faço na Rádio Mundial: simples, a ponto de ser compreendida sem necessidade de texto por ouvintes de rádio. Um texto mais rasteiro talvez não deixasse o professor com dúvidas.

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