sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O éter aceita tudo

O provérbio é português de origem, mas foi adotado em todas as redações brasileiras. Ouvi muito cedo, de chefes rabugentos, que "o papel aceita tudo". Também aprendi que o jornal de hoje revoga o jornal de ontem e que, portanto, nenhum erro é tão grave que não possa ser corrigido na próxima edição - sem o devido destaque, é claro, que ninguém entrou nesta profissão para dar a cara a tapa.

Se o papel aceita tudo, imaginem o éter.

Se um jornal impresso pode inventar uma tese na redação e construi-la na rua, garimpando três ou quatro declarações e informações que lhe dêem sustentação - e habemos manchete de página! - o que este ser criativo não será capaz de fazer se pilotar um blog?

Pode ser um bloguinho como este aqui, pequeno mas limpinho bem frequentado.

Pode ser um blogão, daqueles que ficam pendurados em grifes de grandes portais e têm, segundo os seus autores, milhões e milhões de leitores diários, todos ávidos por suas reproduções de notícias que estão na capa do próprio portal do qual fazem parte, assim como por seus eventuais comentários, naturalmente.

Não importa o tamanho do blog, mas a sensação que ele provoca nos usuários e na blogosfera amiga ou adversária.

Hoje cedo, estava lá, no éter, que o verdadeiro candidato de Lula é José Serra. E não era piada.

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